As empresas em geral têm realizado intermináveis esforços para manterem-se competitivas em seus mercados. Nesse contexto a empresa de transporte de carga fracionada assume papel importantíssimo na transformação da cadeia logística como um diferencial competitivo.
Em transição para um ambiente cada vez mais dinâmico e menos estático, em que se prioriza o fluxo das informações e dos materiais, as empresas estão colocando em prática conceitos como Just-in-Time (JIT), Continuous Replenishement, Lean Manufacturing, etc, gerando resultados altamente positivos sobre os inventários. Para exemplificar, em 1980 os estoques representavam 8,5% do PIB norte-americano; em 2008 chegaram a menos de 3%. Menos estoques parados e mais caminhões em trânsito.
Se de um lado reduzimos estoques, por outro lado, ocorrerá uma maior pressão sobre os custos de transporte, em função do aumento do nível de fracionamento das cargas. A “atomização” dos pedidos e dos embarques torna a gestão do transporte de carga fracionada imprescindível para as empresas. Um importante fabricante mundial de eletroeletrônicos, por exemplo, reportou que em 2000 cerca de 10% dos seus embarques tinham múltiplas entregas; em 2003 já representavam 46% e em 2008 ultrapassaram 75%. Nos últimos 10 anos, segundo levantamentos realizados nos EUA, o peso médio por embarque diminuiu em 15% no transporte aéreo doméstico e 10% na carga fracionada transportada no modal rodoviário.
A redução do tempo de ciclo de pedido (tempo decorrido entre coleta e entrega) e a pontualidade na entrega são condições imperativas para competir nesse mercado. Como conseguir isso a um custo competitivo?
A atividade de contratação de transportes será cada vez mais encarada como uma atividade estratégica dentro das empresas devido ao impacto em custos e nível de serviços, e será cada vez mais comum a concentração de volumes em poucos prestadores de serviços. Os editais de concorrência serão tratados com extremo profissionalismo, o nível de exigência será cada vez maior e os embarcadores buscarão parcerias de longo prazo, atreladas a contratos.
Nesse novo ambiente empresarial, podemos apontar algumas tendências no mercado de cargas fracionadas.
Novas plataformas de distribuição serão desenvolvidas, principalmente em função da intensificação do e-business. Em comparação com o primeiro semestre de 2008, as vendas pela Internet aumentaram em cerca de 30%, atingindo algo ao redor de R$ 5,0 bilhões. Segundo o Ibope Nielsen, mais de 65 milhões de brasileiros com mais de 16 anos estão conectados à Internet. O número de computadores no Brasil alcançou a marca de 60 milhões, entre máquinas residenciais e corporativas. Com isso, proporcionalmente, há um computador para cada três brasileiros. A previsão é que, até 2012, o país tenha 100 milhões de computadores, o que equivaleria a um micro para cada dois habitantes.
Portanto, esqueça os tradicionais modelos de consolidação de cargas e de centralização dos estoques e prepare-se para um volume cada vez maior de entregas diretas aos clientes finais.
Para complicar ainda um pouco mais tudo isso, não se esqueçam da logística reversa! Para o embarcador um grande desafio; para as Transportadoras uma excepcional oportunidade!
O mercado continuará se expandindo a taxas superiores ao da economia em geral, e também acima de outros serviços logísticos. Análises realizadas nos EUA apontam que a receita das empresas de transporte de carga fracionada (US$/ton/milha) mais do que dobrou nos últimos 30 anos, principalmente em função de uma maior consolidação das cargas, maiores volumes e de preços superiores. Aqui no Brasil, o crescimento está ao redor de 20% a 30% ao ano, mas encontramos fenômenos como a JadLog, que apresentou um crescimento de 70% neste primeiro semestre, e prevê um aumento de 80% em seu faturamento em 2009.
Fonte: LogWeb.